A educação pela comunicação, também chamada de educomunicação, tem por objetivo promover o pleno desenvolvimento do educando, de forma a contribuir para que ele se realize no âmbito pessoal, social, político e profissional, pautado na co-responsabilização e em valores éticos, humanitários e de valorização da diversidade. No Programa Corra pro Abraço esta metodologia é voltada para os jovens que moram em bairros periféricos de Salvador (BA), territórios afetados pela criminalização das drogas. A ideia é que a aprendizagem se desenvolva a partir do fazer (a ação), produzindo novos sentidos (a reflexão), co-criando, ressignificando o que já sabiam (as novas ações) e reinventando-se como cidadãos.
O trabalho do Corra Juventude é guiado por uma formação cidadã composta por duas linhas que se complementam nas metodologias e conteúdos, tudo desenvolvido pelo Corra pro Abraço em parceria com a ONG Cipó- Comunicação Interativa. Em junho de 2017, o Analista de Programa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime – UNODC, Francisco Cordeiro, esteve na Bahia para conhecer as estratégias desenvolvidas pelo Programa. Cordeiro pode se reunir com parte da equipe do “Corra Rua” e dialogar com jovens participantes do “Corra Juventude”, quando revelou: “Já vi algumas experiências do Brasil e essa é muito diferente. Vocês que vão definir as suas vidas, mas precisam aproveitar oportunidades como essa e espalhar como estão se transformando. Com o que estão aprendendo aqui vocês podem fazer a diferença lá fora”, disse aos jovens do Programa quando funcionava no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, cidade vizinha à capital baiana.
Atualmente, o Corra Juventude funciona em Salvador nos bairros de Beiru – Tancredo Neves, Boqueirão – Nordeste de Amaralina, Fazenda Coutos e Plataforma. Através da educomunicação são realizadas exposições fotográficas, produção audiovisual, além de peças cênicas e outras obras artísticas, criadas em confluência com as técnicas de arte-educação. Durante a pandemia de COVID-19, as atividades são realizadas de maneira online/remota, enquanto que os atendimentos e encaminhamentos a serviços públicos são feitos de forma presencial, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária para o combate do novo coronavírus.