O segundo dia do III Encontro Anual de Redução de Danos e Cuidado em Liberdade aliou a produção científica com a performance artística, em uma mistura que culminou em discussões qualificadas sobre redução de danos e garantia de direitos para pessoas que estão em situação de rua e fazem uso abusivo de substâncias psicoativas.
Em um dos pontos altos do seminário, o Observatório Baiano de Políticas sobre Drogas lançou sua terceira pesquisa, intitulada “Uma política para pessoas”: Redução de danos em perspectiva, que traz o olhar de redutoras e redutores de danos sobre a prática de Redução de Danos.
“A pesquisa oferece uma visão panorâmica sobre a redução de danos na Bahia, buscando não só aprofundar a literatura existente como apresentar subsídios contundentes acerca da efetividade da RD na produção de outras possibilidades de existência, seja para o público alvo das ações e/ou para os próprios redutores de danos”, comenta a coordenadora do Observatório, Anna Raquelle Edington.
Anna Raquelle defende que a atividade profissional de redutor de danos, inaugurada em 1990, junto com os primeiros programas de redução de danos no país, é de fundamental importância para viabilizar o acesso aos territórios e a construção de trajetórias de cuidado com as pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas e com as pessoas em situação de rua.
De acordo com a diretora de Acolhimento, Cuidado e Reinserção Social da Superintendência de Políticas Sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (Suprad), vinculada à Seades, Alessandra Coelho, a política de redução de danos é uma das principais essências, junto com a arte-educação, como ferramenta executada dentro do Corra.
“É uma política voltada para pessoas e não somente sobre substâncias psicoativas. O intuito é mostrar como a redução de danos, sendo um dos principais nortes do programa, garante que a gente consiga ofertar esse cuidado e assegura os direitos dessas pessoas, além de contribuir com a memória, entendendo como tem sido executada, quais as perspectivas, o público que foi ampliado e as estratégias nos espaços”, explicou.
O seminário contou ainda com uma mesa de discussão com nomes de destaque na formulação e na prática de Redução de Danos na Bahia e na Região Nordeste, como Luana Malheiro (Renfa), Arturo Escobar (Escola Livre de Redução de Danos), Benimário Santos e Sirlei Barreto (Ambos do Caps AD Gregório de Matos).
O público que compareceu ao segundo dia do seminário contou também com uma apresentação do dançarino e arte-educador, Rony Blastoyse que performou seu trabalho “Sankofa Beatkillin”. Para fechar com chave de ouro, a cantora e compositora Amanda Rosa trouxe canções de seu último álbum, Te Benzo Te Rezo.
O Corra pro Abraço é uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (SUPRAD), da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES), e tem como entidades gestoras a Comunidade Cidadania e Vida – COMVIDA e a Cipó – Comunicação Interativa.