Entre 16 e 19 de novembro acontece, em Salvador, uma ação sociocultural com jovens negros e negras, para marcar os 20 anos da Conferência de Durban – Terceira Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, marco mundial na luta pelos direitos humanos e igualdade racial. A iniciativa é fruto da campanha Vidas Negras, das Nações Unidas, e conta com mobilização local do Programa Corra pro Abraço, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS).
A atividade, denominada “Cores e Vozes das Periferias” conta com uma programação de quatro dias, sendo dois no Aquidabã (16 e 17/11) e dois na Praça Nova República, no Beiru/Tancredo Neves (18 e 19/11), envolvendo oficina de grafite, intervenções urbanas e apresentações artístico-culturais.
O objetivo é reafirmar os compromissos firmados em Durban, em 2001, bem como marcar a atualidade da agenda de combate ao racismo e às discriminações. Dentre as principais questões discutidas na Conferência, estava a necessidade das nações se comprometerem com políticas de reparação ao continente africano em razão dos prejuízos da colonização escravocrata, bem como com as populações negras que vivem em situação de vulnerabilidade também em decorrência das desigualdades estruturais.
A ação, que também contará com atividades em Recife, vem contando com atividades preparatórias em Salvador nas semanas que antecedem o evento. Em parceria com a Universidade Salvador (Unifacs), o Corra pro Abraço tem promovido oficinas para pessoas em situação de rua sobre a agenda discutida em Durban e conexões com a vida cotidiana. As rodas tem ocorrido semanalmente, desde outubro, na Unidade de Apoio na Rua da Ladeira da Fonte das Pedras (Nazaré). A parceria é fruto de uma articulação com com o professor Gilcimar Dantas, doutor em psicologia social pela Universidade Federal da Bahia, professor da UNIFACS e pesquisador sobre racismo e segurança pública.
A equipe de arte-educação do Corra pro Abraço, responsável por mediar a atividade nos territórios, também contou com um momento de formação sobre a história e o legado da Conferência de Durban. As oficinas de grafite serão ministradas por Andressa Munique e Caíque Sapho, artistas visuais de Salvador.
A ação ocorre através de uma cooperação entre a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), o UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, a Secretaria Municipal de Reparação de Salvador e o Programa Corra pro Abraço.