O Programa Corra pro Abraço, da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES), realizou uma série de atividades com a temática do Novembro Negro, mês que relembra morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. A data se tornou um símbolo de luta e resistência do povo negro no enfrentamento ao racismo.
“Nesse mês de novembro, o Programa Corra Pro Abraço trabalhou com a temática do Novembro Negro. E não poderia ser diferente, já que o Corra Pro Abraço é um programa antirracista que existe e atende, majoritariamente, pessoas negras e empobrecidas, em todos os seus territórios de atuação, seja aqui em Salvador ou no interior do estado, com o público da juventude ou a população em situação de rua”, afirma a coordenadora pedagógica do programa em Salvador, Luciana Rocha.
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Em Salvador, o Corra pro Abraço promoveu uma discussão sobre a influência africana e indígena na língua portuguesa. Baseadas na metodologia da arte-educação, as ações buscaram refletir sobre a oralidade como um vetor de construção de cultura, vínculo, emancipação e resistência.
Com o tema “Não tem leotria em língua de preto: o pretuguês como afirmação da nossa cultura brasileira”, foram feitas intervenções musicais, teatrais e de dança com assistidos e assistidas de diferentes campos de atuação do programa na capital baiana, além de beneficiários do Centro de Referência em Redução de Danos Maria Lúcia Pereira.
Para celebrar o Novembro Negro, O Corra Juventude realizou, em Salvador, atividade com jovens assistidos dos campos do Beirú e Plataforma. Os jovens do Beirú visitaram a exposição O Povo Negro é o Meu Povo, da fotógrafa Lita Cerqueira. Já a juventude de Plataforma participou da Festa Literária do Subúrbio (Flisu).
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O Corra Juventude promoveu, também, discussões sobre Hip Hop, capoeira, oficinas musicais com maculelê e samba, discussão sobre racismo estrutural, racismo e exibição de filmes e curtas com a temática do Novembro Negro. Além disso, jovens assistidos acompanharam o festival musical Afropunk.
No Corra de Vitória da Conquista, o Novembro Negro foi marcado por uma série de atividades especiais. Em 13/11, os assistidos aprenderam movimentos do swing baiano em uma oficina de Corpo, Cultura e Enfrentamento ao Racismo. A atividade foi conduzida pela professora de Educação Física e arte-educadora Letícia Figueredo. No mesmo dia, aconteceu a segunda edição do Baba do Corra Conquista.
Em 20/11, Dia da Consciência Negra, a sede conquistense do Corra recebeu os artistas Lans Chosen e Dom José, que realizaram uma oficina de graffiti e uma apresentação de rap, respectivamente. Já em 27/11, os arte-educadores do Corra Conquista foram à Casa do Andarilho – instituição que abriga pessoas em situação de rua – para fazer um samba de roda. A atividade contou com a participação do Mestre Dendê, dirigente e fundador do Centro Educacional de Treinamento Arte e Movimento Capoeira Escola – CETA.
“Todas essas atividades foram construídas através da linguagem da arte-educação e, no Corra Juventude, a partir da educomunicação. Trouxemos diversas linguagens, expressões artísticas, trabalhando bastante com os ritmos de matriz africana presentes na música brasileira, poesia, grafite, teatro, dança, cultura hip-hop. Fazendo um balanço, foi um mês extremamente fértil e potente”, conclui Luciana Rocha.
O Corra pro Abraço é uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (SUPRAD), da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES), e tem como entidades gestoras a Comunidade Cidadania e Vida – COMVIDA e a Cipó – Comunicação Interativa.